terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Amigas #4

A Catarina Faustino no seu blog Saints & Sinners fez uma nota muito simpática sobre a nossa Gaiola... Aqui fica a transcrição e o link para lá irem espreitar com os devidos agradecimentos Zazérrimos.

Caríssimos: devido a uma trabalheira de se lhe tirar o chapéu, andei a modos que um bocadinho a leste do blog. Mas aproveito uma pausa numa viagem, e enquanto bebo um café vejo os mails, vejo o fofinho do Facebook, e claro, lá vai um post no blog, que assim é que é bonito. Viva a Internet móvel, o WiFi, os notebooks, as áreas de serviço nas auto-estradas e o café quentinho!

No domingo fui ver a "Gaiola das Loucas", agora no Politeama. As quatro da vida airada entram pelo teatro dentro, onde se ouve a voz do La Féria: Programas! Quem quer programas! Lá fui eu comprar o programa da praxe, e a Ana foi ao wc, o que também já é costume. Eu estou ansiosa para entrar, é uma peça que me diz muito, e não me desilude: o tema foi tratado com respeito, mas também satirizado. Os actores estão todos, todos, sem excepção, soberbos. O José Raposo está maravilhoso, fantástico, maior que si mesmo e que o palco... digno e merecedor do todos os prémios que se possam imaginar. O Carlos Quintas... bem, perdoem o facciosismo, mas para mim o Quintas é sempre lindo, nem que seja a fazer papel de gay, e com bigode a sublinhar o nariz, e é O Actor. O Carlos Quintas é o último grande galã português, um Artista completo, actor, bailarino, cantor. E lindo, e charmoso até às últimas. Até de camisa de seda estampada.


No fim, as lágrimas inundam-me os olhos. Eu, que tive a sorte, ou melhor, a honra de conhecer e ainda ver actuar nomes como Lydia Barloff e Ruth Bryden ( e tantos outros, Suelly Cadillac, Deborah Kristal... ), ouvi-los a serem homenageados, a serem aplaudidos de pé. Artistas de uma arte que nem todos entendem e poucos aceitam, e eu, sortuda que cresceu numa família liberal, com uma mentalidade que nem parece portuguesinha, que tenho um tio emprestado que que é homossexual assumido, activista, ex-travesti, tonto, meio doido e amoroso como tudo ( a Zazá sem plumas faz-me lembrar o meu tio António ), correm-me as lágrimas pela cara ao lembrar os bons tempos em que o tio Zé ainda era vivo, e enquanto se maquilhava e "vestia" a Lydia eu contava-lhe sonhos e vontades, e ele sorria e dizia: tu vais longe, miúda...

Os meus parabéns ao La Féria e toda a equipa. A todos os actores, em especial aos dois protagonistas, duas estrelas do teatro português ( é preciso ser muito homem para fazer um papel destes e no fim ainda darem um beijo!, dizia a Micas, admirada ). Vê-se que está em cima do palco muita dedicação e um trabalho de amor. E acima de tudo, um grito de revolta, de alerta, de liberdade.

Quem me dera viver no mesmo mundo que o Carlos Alberto pede, antes de subir as escadas em pranto.

3 comentários:

  1. Concordo com TUDO!!!
    Fui ver A Gaiola das Loucas e meu Deus fiquei sem palavras! São todos, todos soberbos, um grandioso José Raposo com muito provavelmente o melhor papel da carreira! O final do 1º acto com o "Sou o que sou" é de arrepiar...amei! E, indo de encontro à crítica do blog, um lindíssimo e muito talentoso Carlos Quintas! É de uma pessoa babar o espectáculo todo com aquele artista, dono de vozeirão único no espectáculo português, um charme por demais e uma capacidade de sedução incrível! Adorei a Canção na Areia, levou-me às lágrimas! E dança maravilhosamente! É O GALÃ!
    Parabéns a todos e que em 2010 o sucesso continue! Merecem tudo!

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  2. Obrigada, Zazá, pela publicidade ao meu pequeno blog... Foi escrito com o coração na ponta dos dedos! Um grande beijinho para si e para o seu Armando, que está cada vez mais giro! ;)
    Catarina Faustino

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  3. Um relato fiel de uma experiência que tive o prazer de partilhar com a Catarina.
    A amiga Mikas subscreve ;)

    Para a "Gaiola das Loucas":
    Muitos parabéns! A peça está fantástica!
    Actuações soberbas!
    Talvez a melhor peça que já vi...
    Beijos!

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